Em momentos de crise, ostentar virou politicamente incorreto

Como diz o blogueiro português, “isto merece um post!”. Ao reciclar um artigo do New York Times de dezembro de 2008, o Terra chamou a atenção para um hábito das americanas que está se tornando cada vez mais comum: esconder aquelas compras, digamos, mais luxuosas. Segundo uma editora da revista de moda Allure, Personagem principal do filme Patricinhas de Beverly Hills com sacolas de compra

Neste momento, comprar é quase constrangedor e até um pouco vulgar.

Em tempos de crise, não pega bem sair por aí com sacolas Prada e Chanel, não é mesmo?  A solução das americanas não foi deixar de gastar fortunas com roupas, mas sim esconder esse hábito. A primeira vista parece uma mudança de comportamento, porém não passa de uma tentativa de viver uma “mentira” para evitar a reprovação da sociedade.

Um dos lados bons da crise seria o poder que ela teria de diminuir o consumismo exagerado. Contudo, será que realmente estamos prontos para dar menos valor aos bens materiais? Ou será que o consumo faz parte da natureza humana e não é uma crise que irá mudar nossos hábitos?

Bixo da USP, chegou a hora da matrícula – e vai dar tudo certo

Veterana pinta bixo durante matricula. Foto por CABiECA no FlickrTer seu nome na lista de aprovados da USP fez com que todas aquelas horas de estudo (e baladas perdidas) tivessem valido a pena. Parabéns, de agora em diante você vai passar por uma das melhores fases da sua vida!

O primeiro passo como universitário, a matrícula, costuma deixar muitos bixos e bixetes com frio na barriga. Não se preocupe, porque não é o bicho de sete cabeças que parece.

Já estive na matrícula da ECA e da FFLCH e as duas são super tranquilas. Os veteranos vão querer te pintar da cabeça aos pés, e é só isso. Podem também raspar o cabelo dos homens, mas só se quiserem.

Como eles pintam TUDO o que puderem, vista uma roupa que não seja nova (e também fresca e confortável porque, dependo da unidade, a fila é longa e debaixo do sol). Tome cuidado principalmente com as mãos e os braços; se pintarem demais, quando a tinta secar vai ficar difícil de preencher os formulários da matrícula. E meninas, não deixem pintar todo o cabelo, porque para a tinta sair é um martírio!

Não é mico levar os pais, mas se preferir vá com um irmão ou amigo. Não ajuda a fugir do trote, porém pode garantir umas boas risadas para eles. Se for com um acompanhante, não esqueça de pedir para que tire muitas fotos. Esse momento tem que ficar para a posteridade!

Ah! E com toda a festa, não se esqueça da matrícula propriamente dita. Se ainda não o fez, não deixe de ler a seção sobre matrículas do manual da FUVEST para obter informações gerais, local, datas, horários e documentos necessários. E não custa nada checar três vezes, antes de sair de casa, se você não se esqueceu de nada. Não vai querer perder a viagem, não é mesmo?

Levando na esportiva, você pode não apenas se divertir mas também aproveitar e tirar com os veteranos todas as dúvidas sobre seu curso.

Passei por isso em 2003 na ECA, sobrevivi e você também vai sobreviver! 😀

Não sei se esqueci de falar algo, mas se tiver alguma dúvida é só perguntar nos comentários ou me mandar um e-mail. Terei todo o prazer em ajudar 🙂

Momento “geek” de The Big Bang Theory #2: Algoritmo da amizade

Episódio: The Friendship Algorithm (S02EP13)

Após tentar de tudo para conquistar a amizade de Kripky, Sheldon compra o livro infantil “Stu the Cockatoo is New at the Zoo” e utiliza seu alto QI para criar um fluxograma de como fazer amigos.

The Friendship Algorithm, by Dr. Sheldon Cooper, Ph.D

Nerds e geeks geralmente são programadores e, por isso, adoram fazer fluxogramas dos mais variados assuntos. Quer alguns exemplos? 

E agora você já sabe: para aumentar seu círculo de amizades, basta seguir o fluxograma do Dr. Sheldon Cooper! Sucesso garantido! 😛

WinISIS e o ensino na Biblioteconomia

Dois artigos do Bibliotecários sem Fronteiras (um sobre o curso de WinISIS no próximo EREBD Sul e outro sobre o ensino da Biblioteconomia/Ciência da Informação) deram origem a outros posts no próprio blog e também na “biblioblogosfera“, além de muito debate nos comentários.

É aquele dilema sem fim, discutido inúmeras vezes em eventos, e-mails e conversas de final de aula: o que fazer com o ensino da biblioteconomia no Brasil, principalmente em relação às “novas tecnologias”?

Desta vez, uma novidade: a maior vítima da discussão foi o WinISIS. Muitos defendem que não há motivos para ainda ser utilizado, já que é possível optar por sistemas open source (e gratuitos) melhores. Também apareceram críticas ao ensino exclusivo desse software nas aulas de representação descritiva e informática aplicada à biblioteconomia.

Ainda estamos longe da adequação do currículo às tecnologias digitais. Falta, por exemplo, uma disciplina que trate mais especificamente da cultura digital, que dê para os alunos as ferramentas para entender o que acontece na Internet. O importante é ter base, não somente saber usar os programas. Como o Tiago disse, 

o papel da Universidade é formar pessoas capazes de resolver questões complexas, não aplicar modelos.

Apesar de ter parado no tempo, precisamos sim saber que o WinISIS existe; ele ainda é utilizado em muitas bibliotecas. E, principalmente, temos que conhecer suas vantagens e desvantagens frente ao Sophia, ao ALEPH, ao OpenBiblio, etc. Se mostrarmos aos futuros bibliotecários que existem opções gratuitas mais confiáveis que o WinISIS, facéis de instalar e utilizar, eles irão optar por outro sistema para suas instituições.

Como os OPACs e os sistemas integrados não são mais sinônimos de biblioteconomia e informática, temos também que conhecer a cultura da colaboração, os vídeos virais do YouTube, blogs, wikis e microblogging, aplicando esses conceitos (ou não) de acordo com a realidade de cada instituição. É importante saber o que é MySQL, mas não é fundamental saber programar (a não ser que você tenha interesse).

A biblioteconomia (e também outras carreiras – não estamos sozinhos nesse barco!) foi pega de surpresa pelos rápidos avanços tecnológicos. E a única solução que nos resta é correr atrás do prejuízo. Como sempre, o problema é o “como”. E até encontrarmos uma resposta, é mais do que importante que essas discussões continuem.

A pesquisa do IBOPE com heavy users na Campus Party

Entre os dias 20 e 21 de Janeiro, o IBOPE fez uma pesquisa com 600 participantes da Campus Party. O objetivo foi 

traçar um perfil dos heavy-users de tecnologias digitais no Brasil e também (…) aumentar a compreensão sobre os hábitos e atitudes dos internautas em relação às tecnologias colaborativas.

Os “heavy users” da Internet são aqueles que utilizam a rede com muito mais frequência do que a maioria dos outros usuários. Nem todos os heavy users são “early adopters“, ou seja, as pessoas que sabem sempre das últimas novidades da Web e que são os primeiros a utilizar e/ou se inscrever em um site recém-lançado. A notícia no site do IBOPE fala apenas em heavy users; já a notícia do Estadão usa os dois termos para definir os entrevistados.

Alguns resultados desta pesquisa:

70% nunca utilizaram o Twitter.
Este foi o resultado que mais me surpreendeu, já que o site de microblogging é a atual “menina dos olhos” dos early adopters brasileiros e São Paulo é a 4ª cidade com mais usuários no serviço em todo o mundo. Sem contar também que grande parte do conteúdo online sobre a Campus Party foi compartilhado lá. Realmente o Twitter ainda é um site desconhecido por muitos. 

Ainda sobre o Twitter, apenas 11% acompanham as atualizações várias vezes por dia.
Portanto, a maioria dos entrevistados deve fazê-lo pela interface web e não com o auxílio de extensões como o TwitterFox ou programas como o TweetDeck. Pensando mais uma vez no público early adopter, que está sempre testando novos programas, é pouco.

A maioria dos números sobre blogs foram os esperados,
mas a estatística de que 4% nunca leram blogs é significativa mesmo se pensarmos no público de heavy users (já que este tipo de site existe há pelo menos uma década).

Os fóruns de discussão continuam em alta.
Cerca de 21% dos entrevistados postam todos os dias e 57% visitam estes fóruns pelo menos uma vez por semana. Será que as comunidades do Orkut estão incluídas nestas estatísticas?

RSS ainda é muito pouco utilizado.
45% usam a tecnologia para ler notícias, sendo que apenas 28% o fazem diariamente. Apesar de toda a divulgação sobre as vantagens dos feeds para acompanhar as atualizações de um site, parece que a maioria ainda não optou por utilizá-los. Ou será que já o fazem de outras formas (pelo iGoogle, por exemplo) e não sabem? Se esses 45% forem early adopters, é surpreendente que esse número seja tão baixo.

Computador não é tudo na vida de um heavy user.
52% preferem gastar o dinheiro em viagens, porcentagem maior do que com computadores, celulares ou smartphones. 

Mesmo que não seja o objetivo da pesquisa, é difícil não tentar adivinhar qual é o perfil de quem frequenta a Campus Party.
Com os resultados apresentados, fiquei com a impressão de que o evento não está atraindo apenas os aficionados por tecnologia, mas também um público menos especializado. Isso já acontece no Anime Friends, evento de anime que hoje recebe, além dos otakus, o público jovem que conhece pouco a animação japonesa e vai mais pela “festa”. 

Os brasileiros continuam amando suas redes sociais, jogos online (69% joga ou já jogou) e YouTube (94% assiste vídeos do serviço pelo menos uma vez por mês). Porém, se considerarmos os resultados da pesquisa como sendo de um público early adopter (como fez a matéria do Estadão), muitos estão bem abaixo do esperado. Fiz a distinção entre early adopter e heavy user no começo da postagem para ajudar a sanar a seguinte dúvida: estas estatísticas seriam de um público que utiliza muito a Internet (mesmo que seja apenas Orkut ou MSN) ou de um público que está sempre à frente das novas tecnologias? Talvez o público da CParty seja variado demais para responder esta pergunta.

De qualquer forma, é uma oportunidade para pensarmos sobre o uso que fazemos da Internet e sobre o potencial que ainda é desconhecido da maioria das pessoas. Como fazer para mudar esse quadro e educar as pessoas da infinidade de usos da Internet que elas ainda desconhecem?