Um desabafo sobre a restrição de acesso ao Hulu, Last.fm, YouTube…

Sinto falta do tempo em que a Internet era livre, sem restrição baseada no local de acesso. Não estou falando da censura do YouTube pela China, mas sim de algo que afeta diretamente os brasileiros.

YouTube, Hulu, Spotify e Pandora são alguns sites de streaming de vídeo ou de música que têm seu conteúdo (seja na íntegra ou não) bloqueado em vários países, entre eles o Brasil. O Pandora foi o primeiro site a permitir o acesso de sua rádio personalizada apenas por usuários localizados nos Estados Unidos.

Mais um famoso serviço se uniu a esta lista ontem: o Last.fm. Se você não mora no Reino Unido, nos Estados Unidos ou na Alemanha, agora só poderá ouvir as rádios do site se pagar a quantia de 3 euros por mês (nos três países citados, o streaming continua de graça). Ainda tem mais: ao se inscrever no serviço pago aqui no Brasil, você terá direito a menos recursos do que quem não paga nesses países (via @flaviadurante).

Até então, a justificativa para a restrição de acesso estava ligada a questões sobre direito autoral. As leis sobre o tema variam de país para país – inclusive em relação ao pagamento do direito de uso de vídeos ou músicas. Segundo a Wired, a decisão do Last.fm foi fundamentada numa questão econômica: os anúncios em países como o Brasil não geravam receita suficiente para cobrir os gastos.

E se isso abre um precedente para que outros tipos de sites façam o mesmo, justificando que países da América Latina não dão dinheiro? Sempre existiu informação restrita na Internet, mas permitir o acesso a um site só por habitantes de um determinado país não me parece certo em um mundo globalizado. A Internet não é, afinal, a rede mundial de computadores?

Uma adolescente e as finanças da família no novo quadro do Fantástico

Imagem do quadro do Fantástico Manda quem pode, obedece quem tem juizo! No último domingo, o Fantástico começou a exibir o quadro “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!“. O nome é longo e poderia ser mais adequado, mas o interessante é o conteúdo.

Durante um mês, uma garota de 15 anos vai tentar administrar a renda da família. Ela fica com todo o dinheiro e define para onde cada centavo deve ser destinado, inclusive quantas e quais contas pagar. E é claro que, para ficar mais emocionante, é pouca grana e muito mês. Parece familiar? 😉

Detalhe: dentre as filhas, é ela quem gasta mais. Nunca deixa de levar uma “lembrancinha” quando vai para o shopping ou à praia.

Ao sentir na pele a dificuldade de pagar todas as contas do mês, ela se desespera e chora. Muitos diriam que isso é crueldade com uma adolescente ou que esse quadro é brincadeira de mau gosto. Contudo, é melhor ela passar por isso agora, quando ainda tem o apoio e a segurança dos pais. Lidar corretamente com o dinheiro é algo que a gente tem que aprender desde cedo. Tentar corrigir hábitos de consumo mais tarde é sempre mais difícil (mesmo que a vida eventualmente acabe nos forçando a fazê-lo).

Veja aqui o vídeo do primeiro episódio.

Qual seria a melhor maneira de ensinar para crianças e adolescentes sobre o valor do dinheiro? Seria papel somente da família ou também da escola? Será que precisaríamos de uma matéria de “finanças domésticas” no currículo ou deveríamos ensinar na prática, como no quadro do Fantástico?