Pronto. Depois de mais de dois anos, voltei a postar. A melhor maneira de tomar a iniciativa de mexer no design do blog é ficar procrastinando para escrever… Agora que já fiz tudo o que queria fazer (mudei o tema e o logo e deixei o blog mais rápido e leve) não tenho mais desculpa para ficar adiando a volta. Até o próximo post! 🙂 [2020.06.21]

Writing this, I realize that all this has already been spoken of long ago in The Tale of Genji and The Pillow Book – but that is no reason not to say it again. After all, things thought but left unsaid only fester inside you. So I let my brush run on like this for my own foolish solace; these pages deserve to be torn up and discarded, after all, and are not something others will ever see.

Eu sei que tudo isto que estou escrevendo já foi dito há muito tempo no Conto de Genji e no Livro do Travesseiro – mas não há razão para não dizê-lo novamente. Afinal, os pensamentos que não são ditos apenas apodrecem dentro de você. Assim, deixo o meu pincel correr desta maneira unicamente para o meu consolo tolo; estas páginas merecem ser rasgadas e jogadas fora, e não são algo que outras pessoas jamais colocarão os olhos. [Yoshida Kenkou – Essays in Idleness (徒然草)]

É incrível um monge budista japonês ter escrito isto por volta de 1330! Não parece atual, se pensarmos no tanto de informação que é produzida todos os dias na Internet? No fundo a história segue um movimento cíclico: dificilmente algo é 100% novo; já aconteceu algo semelhante de alguma maneira no passado. Por isso que ultimamente tenho tentado ler mais autores antigos; ajuda a compreender melhor a humanidade e os seus (eternos) problemas.

Enfim, o questionamento do Yoshida Kenkou é algo que também passou pela minha cabeça e é um dos motivos para ter ficado tanto tempo sem postar aqui no Panorama Geek. Será que tenho algo novo a dizer? Talvez não seja interessante para mais ninguém… Porém, se continuar pensando assim, não coloco pra fora o que está aqui dentro… E se o que passa pela minha cabeça, o que vejo e leio puder ajudar alguém?

Estou meio cansada de redes sociais… mesmo o Twitter já não faz mais o sentido que fazia antes. Sinto falta de escrever e acho importante fazê-lo no meu espaço.

Neste momento, não estou preocupada se alguém vai ler ou não. Se fizer a diferença na vida de uma pessoa, já fico feliz. E mesmo se ninguém ler isto… pelo menos escrever fez diferença na minha própria vida.

PS: Agora o http://panoramageek.wordpress.com é https://www.panoramageek.com 🙂

Sobre as Paralimpíadas

O discurso a favor da inclusão parece ficar apenas na teoria quando a maior emissora do país decide transmitir apenas um compacto da cerimônia de abertura das Paralimpíadas. Cansamos de ouvir falar de sua ultra-mega-hiper-blaster cobertura das Olimpíadas do Rio… A cerimônia de ontem não era importante o suficiente para ser transmitida ao vivo? Ah, o futebol com certeza deve dar mais audiência…

Enquanto isso, nossas calçadas continuam com acessibilidade zero (e não só para quem usa cadeira de rodas), faltam rampas e elevadores… Parece um detalhe, mas essa opção da Globo, pelo motivo que for, mostra que ainda estamos muito longe de viver numa sociedade realmente inclusiva.

Aliás, porque “Paralimpíadas” e não “Paraolimpíadas”? Palavrinha difícil de falar! Aqui explica.

Atualização em 09/09/2016: Coluna do Professor Pasquale, com uma opinião diferente do uso correto da palavra: ‘Paraolimpíada’ ou ‘paralimpíada’?

Duas comédias sobre Agentes Secretos: “Spy” e “A Very Secret Service”, do Netflix

Na mesma semana assisti o filme americano “Spy”, de 2015, e a nova série francesa do Netflix “A Very Secret Service“. As duas são paródias sobre agentes secretos e têm títulos em português dignos de Sessão da Tarde (“A Espiã Que Sabia de Menos” e “Um Agente Très Secreto”, respectivamente). Porém, as semelhanças acabam por aí.

Spy” é uma comédia hollywoodiana, que faz paródia dos filmes de 007 (inclusive na trilha sonora), repleta de cenas de ação e que glorifica a profissão de agente secreto. Melissa McCarthy está bem no papel da gordinha nerd que ninguém dá bola e depois mostra que é mais competente que todos os outros (isso é tão comum nos filmes americanos que não pode ser chamado de spoiler, não é mesmo?). Também achei o Jude Law um 007 perfeito. É um bom entretenimento e tem cenas engraçadas, mas atualmente quase todos esses filmes de comédia acabam me lembrando, um momento ou outro, de “Se Beber não Case”.

spy.gif
(via)
A Very Secret Service” (“Au Service de la France”) é uma série de 12 episódios licenciada pelo Netflix, passada no Serviço Secreto Francês na década de 60. O humor é inteligente, com menos ação e o foco está nas situações absurdas e nos podres que acontecem no dia-a-dia da administração dessa repartição pública. Apresenta uma visão bem interessante da França da Guerra Fria, além de ser um pouco diferente do que estamos acostumados a assistir. Os atores são ótimos (o principal é o Príncipe Louis de “Gossip Girl”) e a cada episódio fica melhor. Não foi muito divulgada aqui no Brasil, mas vale muito a pena. Vou ficar torcendo para que tenha uma segunda temporada.

au-service-de-la-france
“Tamponné, Double Tamponné”