Campus Party Brasil 2010 – 1º Dia (Segunda, 25/01/2010)

Começou ontem, em pleno feriado de aniversário da cidade de São Paulo, a 3ª edição brasileira do “maior evento de inovação tecnológica, Internet e entretenimento eletrônico em rede do mundo”: a Campus Party.

Até o dia 31 de Janeiro, geeks, nerds e afins vão acampar no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Lá eles poderão desfrutar da Internet com conexão de 10 Gbps, assistir a palestras e participar das áreas temáticas (Blogs, Modding, Games, etc.), festas e de muitas outras atividades ligadas à tecnologia.

Na sua coluna para o Link, Pedro Doria destaca a importância da Campus Party: mais do que uma festa, o evento é uma oportunidade de reunir especialistas e pessoas interessadas em discutir sobre temas importantes para o país relacionados à Internet, como a liberdade online. Além disso, também é palco de uma geração que cresceu online e que está ditando tendências não apenas de tecnologia, mas também de comportamento.

DESTAQUES DO PRIMEIRO DIA

Como a Campus Party começa oficialmente por volta das 23 hrs e, desta maneira, as atividades das áreas temáticas se iniciam mesmo apenas no segundo dia, o primeiro dia costuma ser mais calmo.

Além das enormes filas debaixo da chuva, os campuseiros aproveitam para instalar e configurar seus PCs e equipamentos eletrônicos e aproveitar toda a velocidade da conexão que é oferecida no evento. Não é de se admirar que as mensagens no Twitter giram em torno da velocidade da conexão e, muitas vezes, vêem acompanhadas de imagens das telas para provar que sim, a Internet no evento é tão rápida que mata de inveja qualquer um que está aqui fora.

Imagens

Cadeado do Internet Explorer 8 Cadeado do Internet Explorer 8 desmontado Barraca de madeira

Jogando Guitar HeroJogando Guitar HeroJogando Guitar Hero

Campus Party 2010 | Fotos do 1º dia

Números dos campuseiros

Durante a coletiva de imprensa, a organização da Campus Party Brasil divulgou os seguintes números:

  • 6 mil campuseiros inscritos
  • 68% dos campuseiros têm entre 18 e 29 anos
  • 25% dos participantes são mulheres (número pequeno, menor do que na 2ª edição: 32% – e maior do que na 1ª: 11%)
  • 65% dos campuseiros estão levando seus próprios computadores
  • 76% desses computadores são laptops

Artigos

COMO ACOMPANHAR A CAMPUS PARTY

Confira a agenda das atividades e acesse o site oficial para assisti-las. Há transmissão simultânea de várias áreas temáticas. A qualidade do vídeo está ótima, mas o microfone às vezes fica com o som estourado.

Se você é campuseiro e quiser contribuir para o post, deixe sua mensagem nos comentários. Como não estou lá dentro, você pode ter visto algo interessante que acabei não mencionando.

Amanhã volto com o resumão do segundo dia da Campus Party Brasil 2010.

E se Romeu e Julieta tivessem celular?

Em um mundo onde entrar em contato com alguém não poderia ser mais fácil e rápido, William Shakespeare teria dificuldade em manter o desfecho trágico de Romeu e Julieta. If Only Literature Could Be a Cellphone-Free Zone, ensaio de Matt Richtel para o New York Times, reflete sobre o impacto do uso de celulares, GPS e outras maravilhas tecnológicas na literatura. O artigo é “antigo” (de abril deste ano), mas vale a leitura.

A versão traduzida foi publicada pela Folha de S. Paulo (se você não é assinante, pode lê-lo aqui).

Queria lembrar de algum romance que usa e abusa de blogs, celulares, Twitter e etc. sem que isso estrague a narrativa, mas nenhum me vem a cabeça. Alguma sugestão?

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Ô, Tio!, música infantil geek da Maisa

Ô, tio você tá de sacanagem
Eu não acredito que ‘cê fez essa bobagem
Abrir um anexo que veio num email
Mas que burrice, ‘cê nem sabe de onde veio
Pior ainda é que você nem quis saber
Daquele antivírus que eu te instalei
Agora vou ter que limpar seu HD
Até no seu registro eu vou ter que mexer

Ô tio, você tá de brincadeira
Eu não acredito que ‘cê fez essa besteira
Fechar um documento sem salvar
Quantas vezes eu vou ter que te ensinar

Agora pega o pen drive que eu te dei
E espeta lá na sua porta USB
Procura a cópia do arquivo que eu salvei
Clica e arrasta para o seu drive C:

Ô tio, eu não aguento mais
Ter que ensinar de novo como que faz
Ô tio, vê se aprende!
É muito fácil, só você que não entende

Ô tio, você tá comendo bola
Parece até que você
fugiu da escola
Já te mostrei como é que entra na Internet
Não é possível que você não se conecte

Veja se está ligado o wireless no seu laptop
Clica no ícone no alto do seu desktop
Digite um endereço em seu navegador
E agora vê se não me amola, por favor!

Pare tudo e ouça agora Ô, Tio!, música genial da Mini Petis escrita pelo Roger do Ultraje a Rigor. A letra não tem as partes faladas, então vale a pena perder uns minutinhos para ter a experiência completa.

(Este post também é um teste de publicação pelo Posterous, então se algo der errado, já sabem o motivo).

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Migração garante vida longa às informações digitais

Não vou fazer aquele discurso repetitivo de que é necessário fazer cópias dos arquivos do computador regularmente e yada yada. Meu ponto é sobre algo que a maioria geralmente esquece: a importância de atualizar esses backups. Não basta fazer cópias de segurança em CD, DVD, outro disco rígido ou na Internet. É necessário também garantir que você vai conseguir acessar esses arquivos no futuro. Kevin Kelly chama isso de “Movage” (via Wired).

Dois problemas que tive recentemente podem servir de exemplo para demonstrar a importância de ter backups sempre em dia:

Falta de suporte ao formato .qic no Windows XP.
Na época em que o disquete era rei, o software Backup (que vinha com o Windows 9x/Me) era uma ótima opção para fazer cópias de segurança: ele transformava tudo o que precisava ser copiado em vários arquivos no formato .qic, um para cada disco. Esse formato, porém, deixou de ser utilizado a partir do Windows XP. Sobraram poucas opções para conseguir extrair os arquivos originais de um arquivo .qic.

Arquivos gravados em CD que não abrem mais.
Em 2001, gravei alguns vídeos em um CD-ROM. Como a mídia era boa, funcionou perfeitamente a curto prazo (quando o CD-ROM é de má qualidade, os problemas de leitura aparecem pouco tempo após a gravação). Esqueci que esse CD existia e só fui lembrar dele agora, em 2009. Ainda consegui abrir muitos dos arquivos, mas alguns se tornaram irrecuperáveis.

Podemos dividir, então, os problemas em duas categorias: os de suporte físico (CD, disco rígido, DVD, etc.) e os de formato do arquivo digital. Para que sua sorte seja maior que a minha, é importante:

Verificar regularmente a mídia.
Coloque-a no computador e tente rodar os arquivos. Ao menor sinal de que algo está errado, transfira imediatamente todo o conteúdo para um novo local. Dois a três anos é um período seguro para manter arquivos em CDs ou DVDs antes de precisar trocá-los.

Escolher um formato de arquivo confiável e ficar atento à obsolescência.
Opte por formatos suportados por vários programas e sistemas operacionais (PDF e TXT para texto, JPEG para imagens, MP3 para músicas, etc.) e que, de preferência, já estejam sendo usados há algum tempo. Evite formatos de backup ou compressão de arquivos; se precisar usá-los, ZIP ou RAR são as melhores opções. Verifique regularmente se você ainda consegue abrir o arquivo ou se ele já está ficando obsoleto e faça a migração para outro formato assim que for necessário.

Se seus arquivos estão nas nuvens
(em algum serviço online como o Gmail, por exemplo), garanta que esta não é a única cópia e fique atento para notícias de descontinuação de serviços. Em caso positivo, providencie imediatamente uma transferência para outro site ou para o seu computador.

Preservar arquivos digitais não é mesmo uma tarefa fácil… Contudo, se você lembrar que os formatos vão mudando e que as mídias vão se desgastando, é possível guardar aquelas fotos das férias na Disney para mostrar para os seus netos no futuro.

WinISIS e o ensino na Biblioteconomia

Dois artigos do Bibliotecários sem Fronteiras (um sobre o curso de WinISIS no próximo EREBD Sul e outro sobre o ensino da Biblioteconomia/Ciência da Informação) deram origem a outros posts no próprio blog e também na “biblioblogosfera“, além de muito debate nos comentários.

É aquele dilema sem fim, discutido inúmeras vezes em eventos, e-mails e conversas de final de aula: o que fazer com o ensino da biblioteconomia no Brasil, principalmente em relação às “novas tecnologias”?

Desta vez, uma novidade: a maior vítima da discussão foi o WinISIS. Muitos defendem que não há motivos para ainda ser utilizado, já que é possível optar por sistemas open source (e gratuitos) melhores. Também apareceram críticas ao ensino exclusivo desse software nas aulas de representação descritiva e informática aplicada à biblioteconomia.

Ainda estamos longe da adequação do currículo às tecnologias digitais. Falta, por exemplo, uma disciplina que trate mais especificamente da cultura digital, que dê para os alunos as ferramentas para entender o que acontece na Internet. O importante é ter base, não somente saber usar os programas. Como o Tiago disse, 

o papel da Universidade é formar pessoas capazes de resolver questões complexas, não aplicar modelos.

Apesar de ter parado no tempo, precisamos sim saber que o WinISIS existe; ele ainda é utilizado em muitas bibliotecas. E, principalmente, temos que conhecer suas vantagens e desvantagens frente ao Sophia, ao ALEPH, ao OpenBiblio, etc. Se mostrarmos aos futuros bibliotecários que existem opções gratuitas mais confiáveis que o WinISIS, facéis de instalar e utilizar, eles irão optar por outro sistema para suas instituições.

Como os OPACs e os sistemas integrados não são mais sinônimos de biblioteconomia e informática, temos também que conhecer a cultura da colaboração, os vídeos virais do YouTube, blogs, wikis e microblogging, aplicando esses conceitos (ou não) de acordo com a realidade de cada instituição. É importante saber o que é MySQL, mas não é fundamental saber programar (a não ser que você tenha interesse).

A biblioteconomia (e também outras carreiras – não estamos sozinhos nesse barco!) foi pega de surpresa pelos rápidos avanços tecnológicos. E a única solução que nos resta é correr atrás do prejuízo. Como sempre, o problema é o “como”. E até encontrarmos uma resposta, é mais do que importante que essas discussões continuem.