Sugestões de seleções semanais de links

É muito bom ter quem selecione cuidadosamente o que você precisa saber para se manter informado. O blog Arquitetura de Informação acabou de lançar uma nova seção, Monday Readings, com a proposta “um copo de café + 30 minutos da manhã de segunda-feira + 5 links relacionados a design, tecnologia ou comportamento.”

Recomendo mais duas seleções semanais de links feitas por blogs:

The best writing on the web do The Verge, que publica, aos domingos, os melhores artigos da web “sobre tudo, desde arte e cultura até ciência e design”.

Descolinks do youpix, que é o melhor destino para aqueles períodos em que você passou mais tempo offline do que online e quer saber quais foram os memes da semana no Brasil e no mundo. Publicado aos sábados.

Sempre estou procurando novas fontes que facilitem o dia-a-dia e que tragam informações de qualidade. Conhece alguma? Não deixe de compartilhá-la nos comentários!

No Quora: quais são as fotografias mais épicas que você já viu?

No Quora: quais são as fotografias mais épicas que você já viu?

O Quora está se tornando rapidamente um dos meus sites favoritos. Não é novidade (foi inaugurado por volta de 2010), mas fiz a minha conta recentemente, quando abriram o registro para quem não tinha convite. É incrível a variedade de temas e a qualidade das respostas. Conhece o Yahoo! Respostas? O Quora também é um site de perguntas e respostas, mas o resultado é totalmente diferente: o site do Yahoo! é cheio de abobrinha (mas não posso negar que é divertido perder tempo nele às vezes).

A última pergunta que me chamou a atenção foi Which are some of the most epic photos ever taken? (quais são algumas das fotos mais épicas já feitas?). A comunidade do Quora conseguiu reunir ótimos exemplos. É interessante ver o que cada um considera épico: a maioria das fotografias parece ser do espaço, da Terra, de personalidades, de grandes feitos e… do lado chocante, e muitas vezes cruel, da humanidade (aviso: algumas imagens são fortes).

Não perca tempo e clique aqui para ver, já que não são apenas fotografias épicas, mas também imagens que valem bem mais do que mil palavras.

Mais uma do xkcd: Site x App

Mais uma do xkcd: Site x App

If I click ‘no’, I’ve probably given up on everything, so don’t bother taking me to the page I was trying to go to. Just drop me on the homepage. Thanks. (xkcd: App)

Como não se revoltar quando uma janela dessas aparece pela milésima vez? Se estou visitando o site, é porque prefiro fazê-lo do que instalar mais uma tranqueira para ocupar espaço.

Não precisamos de um aplicativo para cada página que existe na Internet; precisamos de sites com boas interfaces, adaptadas tanto para computadores, quanto para tablets ou smartphones, sem perda de conteúdo entre cada uma dessas versões. Por exemplo: já tentou encontrar um aplicativo de um site ou portal de notícias brasileiro que seja atualizado na mesma frequência e que tenha tanto conteúdo quanto a versão web para desktop? Se conseguir, me avise.

Desconecte-se do Twitter e desligue o celular, por favor!

Estar conectado tem múltiplas vantagens – acesso rápido a informações e pessoas. Entretanto, cada vez mais, estamos redescobrindo as vantagens de estar desconectado – maior capacidade de refletir por conta própria, de não pensar somente no presente (em tempo real) e de não se preocupar com a plateia que nos cerca na internet.

(via)

Internet Archive e a preservação de arquivos digitais no Brasil

Uma das promessas não cumpridas da internet é de que haveria uma “revolução” da memória. Os conteúdos digitais ficariam imunes às intempéries do mundo físico, permitindo preservar para sempre as criações humanas, traduzidas em simples bits e bytes. Não funcionou.

Tudo o que vai parar no mundo digital é efêmero. A tecnologia renova-se, e os formatos ficam obsoletos. Universos inteiros de dados desaparecem ou ficam inacessíveis o tempo todo. Foi o que ocorreu com o Geocities, precursor das redes sociais. Em 1999, era o terceiro site mais acessado do planeta. Em 2009, deixou de existir (há um pouco dele no Internet Archive, mas muito se perdeu).

No Brasil, Caetano Veloso queixou-se no jornal “O Globo” sobre o tema. Seu blog Obra e Progresso, criado no processo de gravação do álbum “Zii e Zie”, sumiu também. Para alívio da situação (e dos fãs), parcelas do site estão no Internet Archive.

Só que o Internet Archive não resolve toda a questão. Grande parte dos conteúdos na rede hoje está atrás de “muralhas” fechadas, como o Facebook e outras redes sociais. O Internet Archive não entra ali. Só arquiva o que está aberto na rede.

Outro problema são os direitos autorais. Pela lei brasileira, preservar qualquer conteúdo requer autorização do autor e titulares.

Pela lei americana, essa autorização não é necessária. O Internet Archive pode armazenar tudo, desde que retire conteúdos específicos em caso de reclamações.

Há no Ministério da Cultura uma proposta para reformar nossa lei, autorizando o arquivamento. Até a sua aprovação, a chance de surgir um arquivo abrangente da rede no Brasil é zero.

Isso traz mais preocupações. Por exemplo, o Orkut. Apesar de muita gente torcer o nariz para o site hoje, ele é o mais rico e detalhado documento do período de 2004 a 2011 no Brasil. Registrou fenômenos como a ascensão da classe C, transformações no uso do português, além de inúmeros dramas pessoais.

Há muitos temas dos últimos anos visíveis pelo Orkut, preservados em registro microscópico. Mas basta uma decisão do Google para tudo ficar inacessível.

A Biblioteca do Congresso dos EUA já preserva a memória digital. Nossa Biblioteca Nacional deveria fazer o mesmo, a começar pelo Orkut.

A conclusão é simples. Se há algo importante para você armazenado na rede, vá lá e faça um back-up no seu computador. E não deixe para amanhã.

Análise: Arquivos digitais esbarram em ‘muralhas’ e direitos autorais

Aproveitando o lançamento do TV News, a Folha fez uma matéria especial sobre o Internet Archive e o Ronaldo Lemos escreveu uma coluna sobre o assunto, que citei por completo acima porque não consegui escolher apenas um trecho.

Aqui no Brasil a questão é mesmo mais complexa do que nos Estados Unidos. Esbarramos nas dificuldades financeiras… mas (e digo isto também para os países de primeiro mundo) quem é que está realmente se preocupando com o futuro da informação na Internet? O interesse é pequeno porque não é algo que vai dar lucro a curto prazo, ao contrário da informação rápida do presente. Pensar na preservação da informação digital (e não apenas daquela gerada no suporte físico) é o papel cada vez mais importante das bibliotecas e centros de informação.